Eleições 2026: Racha na direita de Santa Catarina por influência de Bolsonaro

Eleições 2026: Bolsonaro privilegia filhos e racha a base da direita em SC  VEJA;

O cenário político brasileiro, já efervescente, volta suas atenções para as movimentações pré-eleitorais de 2026. Em Santa Catarina, estado historicamente estratégico para a direita, as articulações ganham contornos de tensão. De fato, reportagens e análises recentes apontam para uma crescente insatisfação dentro da base conservadora local. A principal razão é a percepção de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria priorizando candidaturas de membros de sua família. Essa estratégia, por conseguinte, estaria gerando um racha significativo na base de apoio da direita catarinense. Ou seja, a busca por coesão se choca com interesses familiares, prometendo impactar as próximas eleições de forma profunda.

Desde as eleições de 2018, Santa Catarina consolidou-se como um dos bastiões do bolsonarismo. A forte identificação ideológica dos eleitores com a agenda conservadora e liberal do ex-presidente proporcionou-lhe vitórias expressivas no estado. Contudo, a proximidade do pleito de 2026 e a necessidade de definir candidaturas fortes para o governo, Senado e a Câmara dos Deputados intensificam as disputas internas. Consequentemente, a alegada preferência de Bolsonaro por seus familiares, em detrimento de outros nomes já estabelecidos ou em ascensão na política local, cria um ambiente de descontentamento e incerteza. Observadores políticos sugerem que esta manobra pode ter consequências eleitorais inesperadas.

A Estratégia de Bolsonaro e a Projeção Familiar

O Foco em Santa Catarina

Santa Catarina, por sua vez, representa um polo de apoio robusto para Jair Bolsonaro e a ideologia de direita. Historicamente, a população catarinense demonstra um alinhamento com pautas conservadoras, um forte apreço pela liberdade econômica e uma rejeição a narrativas de esquerda. Dessa forma, o estado não apenas elegeu Bolsonaro com votações expressivas em ambos os turnos de 2018 e 2022, mas também consolidou uma bancada parlamentar majoritariamente alinhada a seus princípios. Certamente, essa fidelidade eleitoral faz de Santa Catarina um palco crucial para a direita nas eleições de 2026. É, portanto, um território onde a família Bolsonaro busca manter e expandir sua influência política direta.

A estratégia, conforme apontam análises, envolveria o impulsionamento de candidaturas de familiares para cargos majoritários ou de grande visibilidade no estado. Por exemplo, especula-se sobre a possibilidade de um dos filhos do ex-presidente se lançar ao governo catarinense ou ao Senado. Tal movimento, além disso, visa solidificar uma espécie de “dinastia” política, garantindo assentos estratégicos no legislativo e executivo. No entanto, essa abordagem gera ruído internamente. Muitos militantes e líderes locais esperam reconhecimento por anos de dedicação à causa. A entrada de um nome de fora, mesmo que da família do ex-presidente, pode ser vista como uma intervenção indevida ou uma falta de consideração pelos quadros locais.

Precedentes e Comparações

A política brasileira, como resultado, não é estranha à projeção de sobrenomes familiares. Diversas famílias políticas construíram legados ao longo de décadas, passando o bastão de geração em geração. Contudo, o caso de Bolsonaro apresenta particularidades. Enquanto outras famílias consolidaram sua base de poder localmente ao longo de muito tempo, a ascensão do bolsonarismo foi um fenômeno nacional e relativamente recente. Portanto, a tentativa de transpor essa influência familiar para o nível estadual, de forma tão direta e concentrada em Santa Catarina, gera resistências. Especialmente porque há políticos locais que se dedicaram à construção da base bolsonarista no estado.

Em outras palavras, a questão não é a mera existência de parentes na política. Pelo contrário, o cerne da controvérsia reside na percepção de que há um privilégio na indicação. Isso se manifesta em detrimento de outros nomes que possuem histórico político, relevância e apoio local já consolidados. A estratégia, portanto, não é sobre a competência dos filhos, mas sobre a forma como suas candidaturas são supostamente impostas. Consequentemente, essa imposição pode ignorar o processo natural de construção de lideranças. Acima de tudo, a sensação de que há uma “fila” sendo furada alimenta o descontentamento e a possibilidade de um racha profundo.

O Racha na Base da Direita Catarinense

Insatisfação dos Aliados Tradicionais

A notícia de um possível favorecimento familiar reverberou como um tremor na base da direita em Santa Catarina. Políticos que dedicaram anos à construção do movimento conservador no estado, e que esperavam ter a chance de disputar cargos importantes, sentem-se preteridos. Por exemplo, lideranças do Partido Liberal (PL) e de outras legendas aliadas, que trabalharam ativamente nas campanhas de Bolsonaro e na defesa de suas pautas, veem a situação com desconfiança. Há, além disso, a frustração de não terem suas aspirações políticas consideradas. Muitos consideram que o esforço de base e a capilaridade política local deveriam ser os critérios primordiais para a escolha de candidatos.

Diante desse cenário, diversos setores da direita catarinense manifestam sua insatisfação nos bastidores. Alguns líderes, inclusive, já expressam publicamente seu descontentamento. Eles argumentam que a priorização de um nome sem a devida construção política local, apenas por ter o sobrenome Bolsonaro, enfraquece o movimento como um todo. Em primeiro lugar, desmotiva os quadros partidários. Em segundo lugar, pode gerar uma fuga de talentos para outras legendas ou para a oposição. Consequentemente, isso pode abrir caminho para candidaturas alternativas, inclusive dentro do próprio espectro conservador, mas fora da influência direta do ex-presidente. A situação exige diálogo e habilidade política para evitar uma fragmentação maior.

O Impacto no PL e Partidos Afins

O Partido Liberal (PL), principal legenda de Bolsonaro, é o epicentro dessa tensão em Santa Catarina. Como resultado, a possibilidade de um racha interno coloca em xeque a coesão partidária. A sigla, que se tornou um porto seguro para políticos de direita, pode ver seus quadros divididos entre a lealdade ao ex-presidente e o apoio a nomes locais. Em outras palavras, o dilema é entre seguir a orientação nacional ou fortalecer as lideranças estaduais. Essa divisão, por conseguinte, pode impactar a formação de chapas para a eleição proporcional, dificultando a eleição de deputados estaduais e federais.

Mais adiante, o efeito cascata atinge partidos aliados da direita, como o PP, Republicanos e União Brasil. Essas siglas, que historicamente compõem a base conservadora em Santa Catarina, podem se sentir desincentivadas a manter alianças. Se a percepção de que a força política está sendo concentrada em um único grupo prevalecer, eles podem buscar outros caminhos. Da mesma forma, essa situação pode fragilizar a frente ideológica que se consolidou no estado. Em suma, a falta de consenso na escolha de candidatos estratégicos ameaça a hegemonia da direita em Santa Catarina. A união, que foi um fator determinante para vitórias passadas, agora parece comprometida pela disputa interna.

Implicações para as Eleições 2026

Cenários e Desdobramentos Possíveis

A divisão na base da direita catarinense abre uma série de cenários para as Eleições 2026. Primeiramente, um dos desdobramentos mais temidos é o enfraquecimento das candidaturas majoritárias. Se a base não estiver unida, a força eleitoral pode ser pulverizada, beneficiando a oposição. Ou seja, mesmo em um estado com forte inclinação à direita, a falta de coesão interna pode comprometer as chances de vitória. A oposição, ciente dessa fragilidade, pode capitalizar a desunião da direita. Eles podem apresentar nomes alternativos ou, inclusive, tentar atrair parte dos descontentes para suas próprias chapas. Consequentemente, a disputa torna-se mais complexa e imprevisível.

Além disso, o racha pode levar à emergência de candidaturas “dissidentes” dentro do próprio campo da direita. Políticos preteridos podem optar por lançar suas candidaturas por outras legendas ou por formar blocos independentes. Certamente, essa pulverização de votos não apenas dificulta a eleição de um candidato único forte, mas também pode forçar a disputa para um segundo turno. Em um eventual segundo turno, a capacidade de reagrupar as forças é crucial. No entanto, as feridas abertas no processo de escolha de candidatos podem ser difíceis de cicatrizar, inviabilizando uma união efetiva. A política local de Santa Catarina, portanto, pode experimentar uma de suas eleições mais fragmentadas dos últimos anos.

A Percepção do Eleitorado

A forma como o eleitorado de Santa Catarina reagirá a essa disputa interna é um fator determinante. Os eleitores de direita, em sua maioria, valorizam a coesão e a defesa de princípios. A percepção de um conflito interno, alimentado por interesses familiares, pode gerar desilusão. Como resultado, isso pode levar à desmobilização de parte da base. Alguns eleitores podem se sentir desrespeitados pela imposição de nomes. Outros, por outro lado, podem simplesmente desengajar-se do processo, optando pela abstenção ou voto nulo. Essa apatia do eleitorado fiel é um risco considerável para qualquer movimento político. Acima de tudo, a direita catarinense precisa apresentar uma imagem de união e propósito. A falta de unidade pode ser percebida como fraqueza.

A mídia e os analistas políticos, por sua vez, acompanharão de perto o desenvolvimento dessa crise. A cobertura pode influenciar a percepção pública. Se a narrativa de um racha por favorecimento familiar se consolidar, isso poderá ter um impacto negativo duradouro na imagem do ex-presidente e de seus aliados. Em conclusão, a gestão dessa crise interna será crucial. A capacidade de Bolsonaro e dos líderes do PL de realinhar a base e apresentar uma frente unida determinará o sucesso eleitoral em 2026. A confiança do eleitorado catarinense, que tem sido um pilar para a direita, dependerá dessa habilidade de superar as divisões internas.

Conclusão

As Eleições de 2026 se aproximam, e o cenário político em Santa Catarina já sinaliza importantes desafios para a direita. A estratégia de Jair Bolsonaro de priorizar familiares nas candidaturas, conforme observado, gerou um racha significativo na base conservadora do estado. Essa tensão interna, que afeta tanto o PL quanto os partidos aliados, pode comprometer a força eleitoral que a direita catarinense demonstrou em pleitos anteriores. Em suma, a coesão será a palavra-chave para o próximo ciclo eleitoral.

Os desdobramentos futuros dependem da capacidade de articulação política. Será fundamental para os líderes da direita em Santa Catarina encontrar um equilíbrio entre as aspirações individuais e a necessidade de unidade. Caso contrário, a fragmentação pode abrir espaço para a oposição ou para o surgimento de novas forças. Portanto, o que está em jogo não é apenas a eleição de alguns nomes, mas a manutenção da hegemonia da direita em um de seus mais importantes bastiões no Brasil.

 

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